Santander é condenado por fraude na contratação de bancário

26/07/2023 - 14:15

Santander é condenado por fraude na contratação de bancário

O Santander foi condenado na 11ª Vara do Trabalho de São Paulo por fraude na contratação de um bancário, em ação movida por ele, com apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região. Apesar de continuar trabalhando com as mesmas atividades e no mesmo espaço físico, o trabalhador, que havia sido contratado pelo Santander em setembro de 2018, em janeiro de 2022 foi transferido para a SX Tools.

“Essa é uma das empresas, criadas pelo banco Santander, para terceirizar seus empregados. Essa manobra é feita com base na reforma trabalhista que ocorreu durante o governo Temer e que legalizou a terceirização irrestrita. Porém, mesmo ancorado nessa lei, a Justiça reconheceu a ilegalidade dos fatos, afinal, o trabalhador continua realizando as mesmas atividades que sempre realizou, desde que entrou no banco”, explica a bancária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalha-dores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa.

“Diante do exposto, concluo que a transferência do autor do primeiro reclamado [Santander] para a segunda ré [SX Tools] teve como único objetivo afastar o enquadramento sindical do reclamante, privando-o dos direitos trabalhistas inerentes à categoria bancária”, escreveu a juíza Katia Bizzetto, responsável pela sentença contra o conglomerado espanhol. “Tal artifício, por certo, não pode ser admitido pelo Direito do Trabalho, devendo ser assegurado ao autor dos direitos da sua categoria profissional”, completou a magistrada.

A sentença determinou ainda o pagamento de horas-extras, considerando o excedente à sexta hora diária ou trigésima semana, até abril 2023, uma vez que o trabalhador é considerado como pertencente à categoria bancária, devendo ser aplicado a ele os direitos da Convenção Coletiva do Trabalho e a representação sindical dos empregados de bancos.

Rita Berlofa completou que o movimento sindical bancário seguirá na luta contra as terceirizações no Santander. Ela lembra que, desde o segundo semestre de 2021, o banco intensificou esse processo com a criação de seis empresas, cada uma com funcionários vinculados a um sindicato diferente. “Essa ação causa separação entre os trabalhadores e, com isso, enfraquece os direitos conquistados na convenção coletiva da categoria bancária”, explicou. “Então, nós seguimos orientando nossos colegas a procurarm o sindicato da sua base, para o que precisar, inclusive para denúncias sobre condições de trabalho, assédio e outras irregularidades”, completou.

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