Programa de Marina Silva prega terceirização ampla e irrestrita, alerta juristas
Programa de Marina Silva prega terceirização ampla e irrestrita, alerta juristas
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O programa econômico da candidata Marina Silva (PSB), lançado na sexta-feira 29, além de defender a autonomia do Banco Central, propor a redução do papel dos bancos públicos, acabar com a política de créditos direcionados, também propõe a terceirização ampla e irrestrita em todas as atividades das empresas, o que fere a Constituição Federal, precariza as relações de trabalho e representa uma ameaça para os trabalhadores.
A avaliação é do advogado trabalhista Maximiliano Nagl Garcez, diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (Alal) e pesquisador-visitante na Harvard Law School.
"O posicionamento dessa candidatura a respeito desse tema é extremamente assustador, porque já enfrentamos no sistema financeiro uma crescente terceirização, que reduz salário e retira direitos. Estamos correndo o sério risco de legalização da terceirização com os dois projetos em tramitação no Congresso (o PL 4330 na Câmara e o PLS 087 no Senado) e o julgamento de Recursos Extraordinários com Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal (STF)", alerta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf/CUT.
Na avaliação da pesquisadora do Cesit/Unicamp, desembargadora e juíza do Trabalho aposentada, Magda Barros Biavaschi, durante reunião do Fórum nesta segunda-feira (8), em São Paulo, a candidata Marina engloba não apenas um ponto, mas as 101 propostas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para flexibilizar as relações trabalhistas.
"Sob o argumento do afastamento do Estado dos conflitos trabalhistas, Marina defende o negociado sobre o legislado, a diminuição do papel da Justiça trabalhista nos conflitos e que os sindicatos sejam os fiscais do cumprimento das normas. Porém, com a terceirização sem limites, serão os patrões que escolherão com quais sindicatos irão negociar", critica a juíza.
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