Editorial
Editorial
Durante a sessão de votação da admissibilidade do impeachment, da presidenta Dilma Rousseff, no domingo, dia 17, a nação assistiu pela tv a um festival de declaração dos parlamentares que apoiavam a aprovação do impeachmnent.
Seria cômico se não fosse trágico, os parlamentres invocaram o nome de Deus(em vão), das esposas(os), dos filhos, netos e outros colaterais. Alegaram o voto sim pelo fim da corrupção, quando a maioria dos deputados responde a processos sobre este tema. Alguns não tiveram vergonha de admitir que votavam por interesses privados, em detrimento da população que os elegeu.
Neste processo, a presidenta Dilma Rousseff não teve nenhuma acusação de corrupção. As chamadas “pedaladas fiscais”, embora proibidas, foram usadas por governos anteriores, desde FHC, sem nenhum alarde. Após a análise da matéria no Tribunal de Contas da União, o expediente foi imediatamente suspenso.
O que mais espantou foi a condução do processo por Eduardo Cunha, que responde no STF – Supremo Tribunal Federal – a processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de responder a processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Eduardo Cunha, como presidente da Câmara, utiliza-se de todos os golpes e manobras para atrasar este processo, que já é o mais longo na história do Conselho de Ética, com exato 175 dias. Seguramente o arquivamento deste processo será sua paga pela condução do impeachment na Câmara.
O processo de impeachment é um processo traumático para qualquer democracia e só invocado em raríssimos casos, com provas robustas e com o devido direito de defesa, que a meu ver não se materializa neste caso.
Temos o Congresso Nacional mais conservador, desde 1964. Foram eleitos por um sistema viciado, onde a força do dinheiro fala mais alto.
Em 2015, o Brasil avançou ao proibir o financiamento de campanhas por empresas. Mas é preciso mais. É necessário uma Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política profunda, que possibilite ao povo brasileiro se ver representado no Congresso, com maior presença de trabalhadores, mulheres, indígenas, negros.
Não é deixando o país nas mãos de corruptos, de políticos que só pensam em si e nos seus, que vai se combater a corrupção no Brasil.
Ivan Gomes Caetano - Presidente do Sindicato
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