Acordo de dois anos é uma boa?

13/10/2016 - 15:45

Acordo de dois anos é uma boa?

Para o Comando Nacional dos Bancários, essa é uma boa saída para a categoria bancária, pois, com o aumento real garantido em 2017, podemos concentrar esforços na luta por direitos, e na defesa dos bancos públicos, ameaçados pelo ajuste fiscal do governo Temer (veja perguntas e respostas abaixo).

Outras categorias no Brasil mantêm esse tipo de acordo ou já fizeram no passado. É o caso dos metalúrgicos do ABC e em outras cidades com grandes empresas como Volks, Toyota e Renault, dos trabalhadores de calçados em Franca, comerciários do Rio de Janeiro, do Acre, da construção civil em várias cidades do país, de setores de processamento de dados, transporte, vestuário, vigilantes.

Fora do Brasil, esse modelo também é utilizado: os trabalhadores dos correios no Canadá fecharam acordo de dois anos, assim como os empregados da construção civil no Reino Unido. Nos EUA, empregados da Verizon, uma grande empresa de telecomunicação, fecharam acordo de quatro anos.

Como saber se a proposta para 2017 é boa, se não sabemos o cenário econômico? Em 2015, fizemos 21 dias de greve e conseguimos aumento real de 0,11% em uma conjuntura mais favorável aos trabalhadores. Diante de um governo que defende a retirada de direitos, manter todas as cláusulas da nossa CCT garantidas por dois anos e ainda reposição total da inflação mais aumento real de 1%, sem o desgaste da greve, é uma conquista da nossa mobilização este ano. 

Mas o sindicato não defendia o aumento real? Defendia e defende. Com a nossa luta, conseguimos avançar nos reajustes acima da inflação para vales e auxílios e garantimos elevação da primeira proposta de 6,5% para 8% e abono de

R$ 3.000,00 para R$ 3.500,00, além da reposição total da inflação mais aumento real de 1% em 2017. 
 

O acordo de dois anos não vai proibir que a categoria lute por outras pautasMuito pelo contrário. O acordo de dois anos vai permitir que os bancários se mobilizem contra a retirada de direitos, a terceirização, a privatização dos bancos públicos. Teremos garantido que não se repita o reajuste abaixo da inflação, quebrando a lógica do abono que os bancos queriam resgatar da década de 90. Durante o ano faremos nossas conferências e teremos mesas para debater com os bancos condições de trabalho, emprego bancário. E greve, inclusive, caso ameacem nossos direitos. 

Como ficam vales e auxílios em 2017Assim como os salários, vales alimentação, refeição, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche, PLR e demais verbas, tudo será reajustado de acordo com a inflação mais 1% de aumento real.  

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