Temer quer aposentadoria aos 70 anos

30/06/2016 - 17:30

Temer quer aposentadoria aos 70 anos

Se depender da lógica do governo interino, as perspectivas dos brasileiros se aposentarem estão cada vez mais distantes. Após assumir que trabalha com reforma da Previdência que estabelece 65 anos para todos como idade mínima para a aposentadoria já a partir da aprovação do texto, uma fonte do governo informou ao jornal O Globo que a futura geração só se aposentará aos 70 anos. 

A ideia seria enviar ao Congresso proposta com duas faixas: a primeira, de 65 anos, com regra de transição para quem está no mercado de trabalho; e a segunda, de 70 anos, para ser aplicada em 20 anos.

“É importante lembrar que, nos bancos em geral, contratam novos trabalhadores  com até 29 anos de idade. Imagine um funcionário de banco privado, com 60 anos, sendo demitido e ainda tendo de contribuir por mais cinco anos para se aposentar. E quem tem mais de 40 anos tem dificuldade em voltar ao mercado”, diz o presidente do Sindicato, Ivan Gomes.

O presidente do Sindicato lembra que o Brasil já possui uma fórmula que trata da progressividade e torna mais justa a aposentadoria, inclusive levando em conta que uma parcela da população, geralmente a mais carente, começa a trabalhar mais cedo. No final de 2015, a presidenta eleita Dilma Rousseff sancionou projeto de lei criando novo cálculo para a aposentadoria, a chamada fórmula 85/95.

Negociada com as centrais sindicais, o modelo soma idade e tempo de contribuição para chegar à idade em que o trabalhador passa a ter direito ao benefício do INSS.

Destruição – O professor do Instituto de Economia da Unicamp Eduardo Fagnani afirma que o objetivo da reforma do governo interino não é aperfeiçoar o sistema, mas “destruir”. As regras atuais já permitem que somente 29% se aposentem por tempo de contribuição, cerca de 53% por idade e os 18% restantes é por invalidez.

FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR - O governo ilegítimo de Temer já anunciou também que quer mexer nas regras de financiamento do FAT. Pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional), ainda não enviada ao Congresso, Temer defende o fim do repasse de 40% das verbas do Fundo para o BNDES. A proposta determina também a desvinculação do PIS/Pasep, principal fonte de recursos do FAT, para ser usado em outras finalidades. Esta mudança vai inviabilizar o pagamento do abono salarial.

Por fim, as medidas, na prática, vão acabar com o dinheiro usado para pagar o seguro-desemprego. As medidas propostas pretendem canalizar esse dinheiro para pagar outras despesas.

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