Senado instala CPI do HSBC para investigar evasão fiscal

31/03/2015 - 14:45

Senado instala CPI do HSBC para investigar evasão fiscal

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Fernando Rodrigues / Uol
CPI HSBC

Iniciaram-se nesta última terça-feira (24) os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, durante 180 dias, terá 11 senadores investigando os 8.662 correntistas brasileiros denunciados por evasão fiscal em contas secretas no banco HSBC em Genebra, na Suíça.

A denúncia foi realizada no dia 09 de fevereiro pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), e trata sobre um escândalo financeiro de repercussão mundial, em que 106 mil clientes de 203 países tiveram auxílio do banco para sonegar impostos ou esconder dinheiro oriundo de crimes como tráfico de drogas e armas, corrupção, e até financiamento ao terrorismo da al-Qaeda. Estima-se que a fortuna chegue a US$ 204 bilhões.

Os dados foram vazados para o governo da França, através do ex-funcionário do HSBC, franco-italiano especialista em informática, Hervé Falciani, tendo chegado à impressa primeiramente no jornal Le Monde, que decidiu compartilhar o material com o ICIJ.

A repercussão do caso no Brasil tem sido abafada pela grande mídia, mesmo o país tendo 6.606 contas na filial suíça que somam cerca de US$ 7 bilhões sonegados somente entre 2006 e 2007.

Segundo dados divulgados à imprensa, fazem parte da lista de correntistas: empresários, doleiros, celebridades, barões da comunicação, políticos, além de pessoas ligadas ao tráfico.

O governo tem tomado as devidas providências para investigar a evasão fiscal, e firmou o compromisso com a embaixada da França, que irá repassar a lista completa dos relacionados ao escândalo.

A fim de investigar se houve evasão de divisas, quem realmente as cometeu e repatriar  recursos mandados para o exterior, a CPI do HSBC é encabeçada pelos Senadores: Paulo Rocha (PT-PA) como presidente, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) como vice-presidente e Ricardo Ferraço (PMDB-RS) como relator.

Randolfe declarou em entrevista que tão logo a CPI esteja com a lista de correntistas em mãos, a mesma será divulgada.

Fernando Rodrigues, jornalista do UOL, é quem tem exclusividade no acesso às informações no Brasil por ser integrante do Consórcio e juntamente com Chico Otávio, do jornal "O Globo" tem divulgado, de forma subjetiva e seletiva, poucos nomes da lista de correntistas, havendo disponibilizado ao governo somente 342 dos envolvidos seguindo, segundo ele, o critério de "interesse público".

No último dia 26, Fernando e Chico foram convidados a prestar depoimento a CPI, sendo então solicitado pelos parlamentares a entrega da lista  e demais dados que dispõem sobre o caso, no entanto, Fernando se recusou dizendo que ficava até mesmo "sensibilizado" com o pedido, mas que por conhecer como funciona o Congresso Nacional e as CPI’s, os Senadores deveriam obter os dados por meio do governo francês, que não se opõe a oferecer todos os nomes.

A postura intransigente do jornalista demonstra a manipulação das grandes mídias, que tem retraído a cobertura do caso, visando interesses particulares ao acobertar nomes e dificultar o acesso aos dados.

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