Seminário debate Sistema Financeiro e Sociedade

09/08/2016 - 14:30

Seminário debate Sistema Financeiro e Sociedade

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Mauricio Morais

A Conferência Nacional dos Bancários teve uma novidade este ano: a realização do seminário Sistema Financeiro e Sociedade, que reuniu especialistas para discutir o papel dos bancos e do setor financeiro no país e lideranças como o ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Lula ressaltou que durante seu governo mais de 70 milhões de brasileiros passaram a ter conta corrente no sistema bancário. “Saímos de 22,5% para 56% de crédito em relação ao PIB. Saímos de R$ 380 bilhões em março 2003 para R$ 2,7 trilhões em 2013. Quem salvou este país no momento de crise mais profunda foi o pobre.” 

Outro palestrante, o economista Ladislau Dowbor mostrou como os juros exorbitantes no Brasil atravancam a economia. “O banco antigamente fazia o trabalho de identificar bons projetos produtivos. Agora, para que arriscar? É só aplicar na taxa Selic, que rende 14,25% sem riscos de perdas. O resultado prático é que em março de 2005, 19,3% da renda das famílias estava comprometida com o pagamento de dívidas, e passou para 46,5% em 2015. É um crédito que não facilita, mas extorque. Não tem economia que funcione com esse sistema de juros escorchantes que se desenvolveu no Brasil.”

Luiz Gonzaga Belluzzo, também economista, ressaltou que em 2015 os brasileiros pagaram R$ 510 bilhões com os juros dos títulos da dívida pública – remunerados pela taxa Selic. Mais do que a soma do orçamento da Saúde, Educação, Transporte, Desenvolvimento Social e Defesa. “Quando você fala em juros, os economistas conservadores olham para o outro lado, não querem discutir esse assunto, porque é incômodo. Mas nós temos de bater nessa tecla. Isso está na fonte do enriquecimento e do empobrecimento indevidos”, afirmou.

A ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou que antes do golpe o Brasil estava no caminho certo, de redução da miséria. “Temos que ter um olho na utopia e outro na resistência para que tudo não se perca”, afirmou.

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