Reestruturação Unilateral prejudica funcionários do BB

24/07/2013 - 15:45

Reestruturação Unilateral prejudica funcionários do BB

vb6065_1.jpg

Agnaldo Azevedo
Mesa de negociação com o BB

O Banco do Brasil (BB) tem aumentado suas práticas antissindicais e unilaterais, causando inúmeros transtornos aos bancários que, frequêntemente, estão se deparando com mudanças e reestruturações no banco.

Após a implantação do Novo Plano de Funções, o qual se recusa negociar; no início de julho, o BB realizou mudanças na Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais (Dirao) e modificou a avaliação da Gestão por Desempenho Pessoal (GDP) sem informar ou debater com o movimento sindical.

Como consequência das alterações, várias unidades e postos de trabalho poderão ser fechados. Além disso, o banco está aumentando a terceirização de atividade-fim da categoria.

Já houve a redução de 132 vagas na estrutura geral da Dirao e várias unidades da Gerência de Reestruturação de Ativos Operacionais (Gerat) foram fechadas, inviabilizando a realocação de vários bancários que terão prejuízos nos salários e nas rotinas de vida.

Quanto a GDP, o banco incorporou um novo parâmetro ao sistema de avaliação dos funcionários que, além das competências, agora, estabelece através dos gestores metas diferenciadas para os funcionários. A medida  descaracteriza o sistema que, antes, era apenas formativo.

Em reunião de emergência, realizada no dia 16, o banco alegou que as mudanças na Dirao foram necessárias devido ao aumento na quantidade de operações no setor, que evoluíram de 500 para 1300 por mês, sendo seu  objetivo segmentar e especializar as operações, além de centralizar o back office.

No que se refere a GDP, o banco disse que se baseou nas boas práticas do mercado, nas demandas organizacionais, na percepção dos funcionários e na literatura especializada. O BB afirmou que a mudança confere ao gestor a possibilidade de formalizar um acordo individual e não somente coletivo, como era antes.

Para o movimento sindical, essa foi mais uma manobra do banco para obrigar os funcionários a aderirem ao novo plano de funções, reduzir custos e aumentar a disputa interna entre os funcionários. Além disso, a descaracterização da GDP dá brecha aos gestores para que assediem moralmente seus subordinados, através da cobrança de metas abusivas.

”Mais uma vez a direção do banco deixa claro que sua única preocupação é com o lucro da empresa, como se nós bancários fôssemos máquina programadas para aceitar todo tipo de mudança, como se não tivéssemos família nem sentimentos. Vamos nos mobilizar para tentar mudar essa situação”  declarou Lara Mattos, diretora do Sindicato e funcionária do banco.

Propostas das entidades sindicais

- Aumentar o número de funcionários na Dirao, em vez de aumentar a terceirização, porque o banco está alegando que a reestruturação na diretoria de ativos de crédito deve-se se a grande aumento da quantidade de operações, de 500 para 1.300 operações por mês. Não tem sentido terceirizar atividade-fim, em vez invés de contratar mais funcionários com os direitos legais da categoria.

- Garantir priorização para os funcionários da própria estrutura abrangida na reestruturação para o preenchimento de vagas na nova Dirao/Gecor.

- Garantir priorização para realocação daqueles bancários que perderem a função em condições similares de remuneração no próprio município/região.

- Ver a possibilidade de realocar funcionários que não fiquem na nova estrutura para locais de origem familiar ou onde estavam situados antes de irem para a rede Dirao.

- Garantir que os comissionados de funções extintas de 8h (novas de 6h no plano de funções) que não quiseram reduzir os salários migrem para a nova estrutura Dirao com a função de 8h. Foi compromisso do banco em 28 de janeiro garantir este direito.

Resposta do BB: O banco afirmou que as pessoas poderão manter sua opção de 8h tanto se forem para outras áreas como na própria estrutura da Dirao. Informou que os funcionários têm que solicitar a manutenção de 8h para a Gepes de sua região.

Demais questionamentos

- está garantida a hora extra para os optantes às funções de 6h até 2014 como o banco prometeu, mesmo se a pessoa mudar de prefixo nas reestruturações?

Resposta do BB: O banco afirmou que sim, pois o direito de fazer hora extra é do funcionário, independente do prefixo em que ele estiver.

- como se dará a questão da redução de 100 escriturários? E os assistentes, quantos serão na Dirao?

Resposta do BB: Serão 215 assessores operacionais plenos. Os escriturários terão maior facilidade de realocação e também poderão concorrer normalmente.

- se as Gepes e/ou Dipes nomearem em função de 6h, de forma equivocada, alguém que optou por ficar na Dirao/Gecor com a função de 8h ou que tenha ido para outra dependência optando por ser comissionado de 8h, o bancário pode pedir a correção?

Resposta do BB: Sim, pode.

- haverá redução da média salarial na estrutura nova?

Resposta do BB: O banco não tem esses dados.

- como será a trava de dois anos para concorrências após o processo de realocação das pessoas?

Resposta do BB: Onde não foi promoção, foi lateralidade, não haverá mudança de contagem de tempo. Se for como ascensão, começa nova contagem de dois anos.

- quanto tempo levará a reestruturação?

Resposta do BB: Não tem prazo para finalizar. São ondas, e a próxima só ocorrerá quanto finalizar a anterior.

As entidades sindicais alertaram ao banco que não tire a função dos bancários que já estão em funções comissionadas a mais de 10 anos, pois a Súmula 372 do TST garante a incorporação da comissão e os sindicatos entrarão na justiça caso isso ocorra.

Outras cobranças das entidades sindicais

- FALTAS DE GREVE COM CÓDIGO 308 - foi reivindicado ao banco novamente que sejam estornadas as faltas descontadas dos bancários no primeiro semestre devido aos dias nacionais de luta contra as mudanças unilaterais ao plano de funções comissionadas. Os problemas ainda não foram resolvidos e os funcionários querem mudanças no plano. O BB ainda não tem resposta, mas está avaliando o pleito. As faltas das lutas do segundo semestre, com as de julho, serão debatidas na campanha nacional.

- IN 383 DE CONTROLE DISCIPLINAR - em relação às mudanças reivindicadas pelas entidades sindicais em 19/06, o banco afirmou que está avaliando internamente com as áreas responsáveis, mas adiantou que está buscando formas de atender aos pedidos de mudanças solicitadas pelos representantes do funcionalismo.

- ACORDO MARCO UNI AMÉRICAS - a Contraf-CUT apontou dificuldades enfrentadas por entidades sindicais nos EUA para terem acesso aos trabalhadores do BB naquele país, o que contraria o Acordo Marco recém renovado. Foi pedido solução ao banco e a empresa ficou de verificar.

- BB NO PARAGUAI - A Contraf-CUT também reivindicou ao banco uma agenda em conjunto com a UNI AMÉRICAS e o Sindicato dos Bancários do Banco do Brasil do Paraguai para se buscar solução sobre a renovação de acordo coletivo porque não se logrou assinatura de acordo nos últimos anos e a situação dos bancários está bem ruim, enquanto a situação do BB naquela país avançou muito nos últimos anos.

- PSO - as entidades sindicais reivindicaram uma mesa específica para tratar de questões deste setor do banco, pois desde que o BB estendeu para todo o país as PSO os problemas só aumentaram. Também é necessário atualizar a redação do regulamento de delegados sindicais para que o mesmo abranja a especificidade das PSO.

- CARREIRA DE MÉRITO - foi cobrado mais uma vez o cumprimento da conquista da Carreira de Mérito aos caixas que estão em mandatos sindicais ou foram dirigentes sindicais a partir de 1º/09/06. O direito dos caixas foi conquistado na campanha 2012 e até o momento alguns bancários não o receberam. Os bancários devem receber 0,5 ponto por dia de exercício de caixa. Também foi cobrado que o banco pague o mérito para os funcionários B-Zero que estão nas carreiras comissionadas porque o Mérito é pago por dia de exercício de função e não tem porque excluir nenhum trabalhador.

O banco informou que vai resolver o problema e pagar o que deve aos bancários caixas executivos que estão ou estiveram em mandato de representação sindical. O pagamento será retroativo a 1º/09/12 (data da conquista do direito). Em relação aos funcionários comissionados que são B-Zero, o banco vai avaliar internamente o pagamento do Mérito.

- SESMT - em relação à cobrança de preenchimento das vagas do SESMT pelos concursados, feita na mesa de 19/06, o banco informou que ainda faltam 23 vagas no país para serem ocupadas. O maior problema está nas vagas de médicos: são 16 vagas com dificuldades de preenchimento. Os concursados entram e depois saem e o processo de posse recomeça. Muitos concursados não tomam posse após a qualificação. O salário destes profissionais varia de R$ 6.235,33 a 7.898,76 para jornada de 4h.

- FALTA DE FUNCIONÁRIOS - o problema é generalizado no país. Existem concursos de escriturários em aberto em várias regiões do país. O BB não está fora de seu teto autorizado pelo governo. Os próprios gestores das dependências reclamam da falta de funcionários para preencher as vagas na dotação. Para piorar a situação, ao invés de contratar, o banco cria programas de incentivo à aposentadoria (o que agrava o quadro).

- SACR (Remoção automática, Cláusula 48ª, §1º do ACT/BB) - também foi cobrado que a remoção automática (SACR) funcione em todas as dependências do banco - tanto em área meio quanto na rede de agências - porque em vários locais as remoções estão travadas e não estão rodando.

- REESTRUTURAÇÃO SURPRESA NO SAC - a direção do SAC em SP iniciou uma reestruturação nesta segunda-feira 15 de forma unilateral, com comissionamentos em novas funções gerenciais sem processo de seleção interna. A Contraf-CUT e o BB acabaram de sair de uma mesa de Ascensão Profissional e Comissionamento onde o que mais se discutiu foi haver transparência e regras claras de seleção de candidatos para novos comissionamentos nas "oportunidades" e reivindicou que o banco cobre isso de seus gestores.

- AUSÊNCIAS PARA PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS E CONFERÊNCIAS - as entidades sindicais estão reivindicando que o banco respeite a tradição democrática conquistada há décadas de liberar os bancários que forem eleitos em suas bases para participarem desses fóruns.

- BOLSA GRADUAÇÃO E PÓS - os funcionários com licença saúde e em QS-disponibilidade não puderam participar do processo. Foi reivindicado que se verifique isso e corrija o problema.

- SANTA CATARINA - no processo de incorporação do Besc, o BB se comprometeu a cumprir diversas questões locais por se tratar da aquisição de um banco público estadual. As entidades sindicais questionaram se o banco está tratando da renovação deste contrato de prestação de serviços com o Estado, o contrato vence em outubro.

Saúde e Previdência

- PLANO DE SAÚDE SIM (BESC) - atualmente, os bancários não podem aderir ao plano de saúde do banco incorporado e nem à Cassi. Foi cobrado que o banco abra uma mesa com as entidades sindicais para apresentar proposta sobre a adesão de todos à Cassi e à Previ.

- ECONOMUS - foram apontadas dificuldades que as entidades sindicais encontram em obter retorno da direção da entidade ou, ao menos, de serem atendidas pelo Economus. Nem os ofícios remetidos a ele são respondidos.

- CASSI E PREVI PRA TODOS - a Contraf-CUT fez um apelo ao Banco do Brasil para que neste ano seja instalada uma mesa de solução para acabar com a discriminação aos funcionários oriundos de bancos incorporados e para que todos possam ter direito à Cassi e à Previ.

Fortalecer as mobilizações para uma campanha vitoriosa

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil convoca a categoria a participar ativamente da Campanha Nacional dos Bancários 2013 e buscar com muita unidade novos direitos e a manutenção das conquistas arrancadas na luta das últimas campanhas.



Fonte: SEEB Patos de Minas e Região com Contraf-CUT

Comentar

CAPTCHA
Esta pergunta é para testar se você é ou não um visitante humano e para evitar envios automatizados de spam.

Comentários recentes

Newsletter

Mantenha-se informado com nosso boletim online

Denuncie