Página infeliz da nossa história

06/09/2016 - 17:15

Página infeliz da nossa história

Na manhã de 31 de agosto de 2016, assistimos a sua falência da conquista da democracia no Brasil. Mesmo depois de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade, a presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, por 61 votos a 20. Foram 61 contra 54 milhões de brasileiros e brasileiras, que a elegeram de forma legítima.

Segundo a presidenta Dilma em suas palavras após o golpe. “A descrença e a mágoa são péssimas conselheiras. Não desistam da luta. Eles pensam que venceram, mas estão enganados. Sei que vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme oposição que um governo golpista pode sofrer”, disse. "É uma fraude contra a qual vamos recorrer em todas as instâncias", avisou.

Em suas sábias palavras, Dilma reafirmou que seu vice, Michel Temer, agora chefe do Executivo, não ascendeu ao poder pelo voto direto, e que as forças que agora comandam o país apropriaram-se do poder por meio de um golpe de estado. A presidenta que vivenciou dois duros golpes, relembrou que o primeiro, baseado na truculência das armas, levou o país à ditadura civil militar (1964-1985) e este segundo foi decretado por meio de uma farsa jurídica que a derrubou da presidência.

Dilma é incisiva: “O golpe é misógino, homofóbico e machista. Eles estão impondo a cultura da intolerância, do preconceito e da violência. Falo isso aos brasileiros que durante meu governo superaram a miséria, realizaram o sonho da casa própria, entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis aos olhos da nação... As futuras gerações saberão que a primeira vez que uma mulher assumiu a presidência, o machismo mostrou suas veias. Mas nada nos fará recuar. Não direi adeus, e sim até daqui a pouco. Eu, a partir de agora, lutarei incansavelmente para continuar a construir um país melhor”, afirmou bravamente.

Mesmo tendo que enfrentar os piores inimigos, 54 milhões de brasileiros e brasileiras hão de resistir bravamente a este golpe inescrupuloso e mesquinho. Iniciarão uma nova jornada. Uma nova luta contra as conspirações do Congresso Nacional, protegidos pelas inúmeras faces do judiciário, dos poderosos da mídia, latifundiários, executivos das multinacionais, banqueiros e oportunistas. Além da dura luta contra a hipocrisia, o ódio, a homofobia, a discriminação, a exclusão, o preconceito, o racismo, a violência, a intolerância, a xenofobia. Só a luta nos garante!

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