Editorial: As vozes da rua

05/07/2013 - 12:45

Editorial: As vozes da rua

As recentes manifestações de ruas, ocorridas em quase todo o país, trouxeram novamente a “voz das ruas” de uma parcela significativa da população brasileira.

Inicialmente as reivindicações pela redução das passagens de ônibus, na cidade de São Paulo, levadas pelo Movimento do Passe Livre (MPL), juntou-se à inúmeras outras. Algumas justas, como: educação e saúde de qualidade, tarifas justas para o transporte público e o “fim” da corrupção.

Inúmeras outras, de forma confusa e sem o devido discernimento e esclarecimento, principalmente, por parte da grande imprensa e de setores organizados, passaram a fazer parte do rol de reivindicações dos manifestantes.

   Em primeiro lugar é importante deixar claro que vivemos numa democracia e o povo tem o direito de se manifestar, de forma pacífica, pois o tempo da ditadura não nos traz boas lembranças, embora a direita entenda que seria uma boa opção.

A mensagem das ruas, com seus acertos e com seus  erros, ecoou em todas as instâncias dos poderes constituídos. Houve redução das tarifas do transporte público em várias cidades, o Congresso Nacional em “esforço conjunto” aprovou matérias que juntavam poeira a muito tempo nas casas legislativas, e até o STF mandou prender um ex-deputado federal.

A presidenta Dilma, fez pronunciamentos oficiais reconhecendo o direito às manifestações da população e a necessidade de mudanças e melhorias na prestação dos serviços públicos. Em 02 de abril, enviou ao Congresso Nacional a proposta de realização de plebiscito para tratar da reforma política, com a sugestão de cinco temas prioritários: 1) Financiamentos das campanhas: se públicas, se privadas ou se mistas; 2) Definição do sistema eleitoral: se será o voto proporcional como é hoje, se será o voto distrital, se será o distrital misto ou se será a proposta em 2 turnos;3) Continuidade ou não da existência da suplência no Senado; 4) Manutenção ou não das coligações partidárias nas eleições; 5) Fim do voto secreto ou não no Parlamento.

A reforma política, assim como a reforma tributária,  são temas importantes, e uma discussão séria não avança devido aos inúmeros interesses envolvidos na questão.

Esperamos agora o pronunciamento do Congresso Nacional, órgão soberano, para o encaminhamento da realização ou não do plebiscito sobre a reforma política.

O mais importante é que toda a ação provocou uma reação de mudança, cujo efetividade e resultados só poderão ser percebidos com o tempo. Entretanto, a população precisa desviar-se da manipulação da grande mídia para que ocorra a verdadeira evolução do pensamento político.

Ivan Gomes Caetano

Presidente

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