Banco do Brasil fará reestruturação e lançara novo PDI

08/12/2017 - 14:45

Banco do Brasil fará reestruturação e lançara novo PDI

Segundo matéria do jornal Correio Brasiliense de 08/12, o Banco do Brasil(BB) prepara uma nova reestruturação, com foco no remanejamento de pessoal entre as diversas praças para reforçar o atendimento aos clientes onde há maior demanda. Os empregados que aceitarem a mudança receberão um incentivo financeiro para o deslocamento e, em alguns casos, podem ser até promovidos.

Também está em estudo a abertura de um novo Programa de Desligamento Incentivado (PDI) , com o pagamento de até 12 salários extras. A novidade é que o público-alvo irá além dos mais de oito mil empregados que já podem se aposentar. Quem ainda estiver na ativa e quiser deixar de trabalhar na instituição financeira, mesmo sem tempo de contribuição para solicitar um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), poderá aderir ao plano de demissões.

Segundo interlocutores do banco, algumas praças em que há menor demanda estão com excedente de mão de obra. Com isso, os funcionários receberão um estímulo para mudar de cidade ou estado. Além disso, a estratégia da instituição financeira é de reforçar ainda mais os escritórios digitais. Atualmente, 72,1% do total de acessos às contas é feito por dispositivos móveis e por computadores. Mais de 21 milhões de clientes, entre pessoas físicas e empresas, utilizam esses canais. Em março de 2011 eram 11,4 milhões. Portanto, houve um crescimento de 89% em seis anos.

Também está em discussão a instituição de uma comissão para os trabalhadores que vendem produtos e serviços para clientes, nos moldes da remuneração variável paga por bancos privados. As comissões já existentes não seriam alteradas. O leque de medidas em estudo ainda inclui a possibilidade de terceirização de alguns setores do banco, entretanto, não há uma definição sobre o tema e a tendência é de que o assunto não faça parte do programa em debate.

Todas as medidas ainda precisam ser votadas pelo Conselho Diretor do banco, formado pelo presidente e pelos vice-presidentes, além de apreciadas pelo Conselho de Administração e receber o aval da Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais (Sest) do Ministério do Planejamento.

Memória -  A reestruturação iniciada pelo Banco do Brasil no fim do ano passado tem por objetivo aumentar a rentabilidade da instituição financeira. A primeira mudança feita pela gestão de Paulo Rogério Caffarelli foi nas diretorias. Das 27 existentes, duas foram extintas: a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), cujas atribuições ficaram concentradas na Diretoria de Governança de Entidades Ligadas.

O BB transformou 379 agências em postos de atendimento. Desse total, 176 ficam em municípios pequenos, onde o BB é a única instituição financeira. Além disso, 402 unidades foram desativadas em cidades grandes e médias. Vinte e oito superintendências regionais de varejo e três de governo deixaram de existir no organograma. Tiveram as atividades encerradas dois centros de serviço e sete gerências regionais de controle interno. Mas o processo não consistiu só de cortes. Foram ampliados 12 escritórios de negócios digitais e 34 serão criados.

O último plano de aposentadoria incentivada (PAI) teve adesão de 9,4 mil empregados. Quem optou pelo desligamento do banco recebeu 12 salários extras mais um bônus de um a três salários, a depender do tempo de casa.

É o Itaú que comanda a “reestruturação” do Banco do Brasil

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro informa, em texto publicado em seu site, que o Banco Itaú está preparando a privatização do Banco do Brasil, de acordo com seus próprios interesses.

Segundo o Seeb/Rio de Janeiro, em 2016 os serviços da Falconi Consultores de Resultados foram contratados por “notório saber”, sem licitação, com a finalidade de provocar o “desmonte do BB”, chamado oficialmente de “reestruturação”.

“O trabalho desta empresa é enxugar a estrutura do banco público, preparando-o para a privatização, política do governo Fernando Henrique Cardoso, retomada pelo seu aliado, Michel Temer. Entre os membros do Conselho de Administração da Consultoria Falconi está Pedro Moreira Salles, à época da contratação Presidente do Conselho de Administração da holding Itaú Unibanco, atualmente Presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban)”, informa o texto.

Para o sindicato, há, no mínimo, conflito de interesses nos procedimentos de reestruturação do Banco do Brasil, que, na primeira fase levou a mais de 9,4 mil extinções de postos de trabalho e drástica redução na remuneração de cerca de 4 mil funcionários.

O sindicato informa, ainda, que a “mesma consultoria está fazendo o mapeamento dentro da Diretoria de Tecnologia do banco, um setor altamente estratégico a cujas informações o setor privado está tendo acesso”.

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