Bancários retomam negociações sobre CRT do Santander

24/11/2015 - 13:15

Bancários retomam negociações sobre CRT do Santander

Reunião do Comitê de Relações Trabalhistas teve a participação de dirigentes de todo o país; trabalhadores cobram contratações, isenção de tarifas e melhores condições de trabalho

Os bancários do Santander retomaram no dia 19 de novembro o Comitê de Relações Trabalhistas (CRT). O fórum de debate foi conquistado pelos trabalhadores, está previsto no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e visa discutir com o banco temas e demandas específicas dos funcionários do banco.

Na reunião, que teve a participação de dirigentes sindicais de todo o país, foram discutidos temas como isenção de tarifas para funcionários sem complementação do fundo de previdência; mais contratações; melhores condições de trabalho; Programa Jeito Certo; e questões relacionadas aos planos de saúde.

Emprego – A representação dos trabalhadores cobrou que o Santander aumente o número de contratações para melhorar o atendimento aos clientes e reduzir a sobrecarga de trabalho a que estão submetidos os trabalhadores. Apesar de o banco apresentar balanço positivo de contratações nos primeiros nove meses de 2015, a média de clientes por funcionário cresceu 3,8%.

“As contratações já realizadas este ano influenciaram na redução das reclamações de clientes ao Banco Central. O lucro crescente do banco, de R$ 5,016 bilhões no mesmo período, 15,9% maior que em 2014, mostra que o aumento do número de funcionários é sustentável”, explica a diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander Maria Rosani. 

“Os números também mostram que aumentou a carga de trabalho por funcionário. Para sanar esse problema, melhorando assim o atendimento, é necessário aumentar ainda mais as contratações, reivindicação recorrente do movimento sindical em todas as mesas de negociação com o Santander”, cobra a dirigente.

Tarifas e taxas – Na reunião, os trabalhadores cobraram ainda a ampliação da isenção de tarifas para aposentados que não recebem complementação do fundo de previdência. Também foi reivindicada a diminuição dos juros e taxas cobradas dos funcionários.

“Em alguns casos como, por exemplo, no crédito consignado, as taxas para funcionários do Santander são maiores que para servidores públicos, o que contraria a política de valorização dos trabalhadores do banco”, critica Rosani.

O Santander comunicou que vai realizar um diagnóstico sobre a questão das tarifas e taxas de juros cobradas dos funcionários, ativos e aposentados, e voltará a tratar do assunto em uma próxima reunião.

Condições de trabalho – Outra reivindicação foi o fim da imposição de compensação de horas extras de acordo com a vontade dos gestores. Segundo os trabalhadores, muitas vezes o gestor comunica a compensação em cima da hora, sem qualquer negociação com o funcionário.

“O Sindicato defende que as horas extras devem ser pagas ao trabalhador, e não compensadas. Porém, quando existe acordo entre gestor e funcionário, a compensação deve ser feita em comum acordo. Não pode ser uma imposição”, diz o diretor executivo do Sindicato e bancário do Santander Marcelo Gonçalves.

O Santander comunicou ter o mesmo entendimento sobre horas extras, de que não podem ultrapassar duas horas e que todas devem ser registradas no ponto. O banco estuda enviar um comunicado sobre o tema na próxima semana.

Também dentro do tema das condições de trabalho em agências e concentrações, os trabalhadores cobraram o fim da pressão abusiva por metas, especialmente via aplicativos como o WhatsApp, prática proibida pela 36ª cláusula da CCT.  O Santander afirmou que todos os acordos firmados com a representação sindical serão cumpridos e os gestores reorientados.

O banco informou ainda que eliminou o Rede em Ação, o que resultou na redução da duração das reuniões diárias para 20 minutos e que as mesmas devem ter caráter de orientação e não de cobrança.

“É importante que os bancários denunciem de imediato este tipo de prática, que configura assédio moral. Direitos e conquistas são para ser praticados e exigidos. Caso contrário, são perdidos. O canal de denúncia do Sindicato (clique aqui) garante sigilo absoluto da identidade do denunciante”, enfatiza Marcelo.

Sobre a questão das campanhas para abertura de contas universitária, o Santander irá orientar os gestores para que a participação fora de jornada seja facultativa e registrada em ponto eletrônico. A atuação de estagiários e jovens aprendizes é proibida.

Ainda sobre condições de trabalho, o banco comunicou que não haverá carta orientativa, dentro de um período de cinco minutos de tolerância, para hora extra dentro do horário de almoço. Já em relação às cartas orientativas motivadas por reclamações ao BC, o Santander informou que está apurando a questão.     

Planos de saúde – A representação sindical cobrou ainda o reajuste no valor do reembolso das despesas previstas nos planos de saúde, realizadas por profissionais não conveniados, uma vez que o Santander aumenta a contribuição dos funcionários, mas mantém reembolsos defasados.

Os trabalhadores reivindicaram também que o reajuste do plano de saúde Cabesp, para aposentados optantes, seja igual ao reajuste da sua aposentadoria. Assim, eles continuariam pagando um percentual sobre o salário, como determina o estatuto da Cabesp.

Não houve avanços junto ao banco nas questões relacionadas aos planos de saúde.

“A expectativa para a próxima reunião do CRT, que deve ocorrer nos próximos meses, é que o Santander apresente avanços concretos para as reivindicações dos trabalhadores”, conclui Maria Rosani.

 

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