13/07/2017 - 12:30

Trabalhadores protestam no Senado contra a reforma trabalhista

O presidente do Sindicato de Patos e Região, Ivan Gomes, e os diretores Sergio Luis (Marola) e Renato Sousa, estiveram presentes na manifestação do dia 11 de julho, juntamente com trabalhadores de todo o Brasil. O protesto contra a tentativa da base governista de aprovar o projeto de “reforma” trabalhista, que retira direitos conquistados pelos trabalhadores após décadas de lutas ocorreu no gramado da esplanada dos ministérios.

“Nossa categoria reconhece o papel que nossos sindicatos tiveram na conquista de direitos e hoje, mais uma vez, atendeu os chamados das centrais e caminharam até Brasília, ou estão em seus estados fazendo atos, ocupando setores, dizendo que não queremos essa reforma, não queremos a privatização dos bancos públicos, não aceitamos o congelamento do orçamento da nação por 20 anos, não aceitamos nenhum direito a menos”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), do alto do caminhão de som estacionado na Esplanada dos Ministérios.

“O Senado não tem condição de votar essa reforma trabalhista um dia depois de ter sido aprovado um relatório que diz que esse presidente golpista que está aí pode ser cassado por corrupção. Para ser votada, uma reforma desta amplitude precisa ser debatida com a sociedade. Não pode seguir a toque de caixa apenas para atender os interesses dos grandes empresários e dos banqueiros, que financiaram as campanhas eleitorais em 2014. Quem garante que essa reforma não é mais um fruto da corrupção, da compra antecipada de paramentares?”, questionou o presidente da Contraf-CUT.

A segurança do Senado tentou impedir a entrada dos trabalhadores na casa e fechou o acesso aos plenários. “Os senadores estão querendo votar às escondidas a reforma trabalhista que acaba com os direitos dos trabalhadores. Estão nos impedindo de entrar no auditório onde eles querem votar uma reforma que afetará diretamente o contrato de trabalho, as relações e os direitos trabalhistas, a organização dos trabalhadores, a Justiça do Trabalho. Mas estão deixando de entrar os representantes das entidades patronais. Estamos realmente num estado de exceção”, protestou Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT, que estava dentro do Senado tentando acompanhar a votação.

“Esta casa deveria zelar pelo interesse do povo brasileiro, mas está zelando apenas pelos interesses de uma minoria, que já é privilegiada. Esses são os golpistas que precisamos tirar do Senado. Precisamos fazer uma limpeza nas próximas eleições e jamais eleger de novo pessoas que votam contra os interesses dos trabalhadores”, completou a dirigente da Contraf-CUT.

Luzes apagadas

A sessão de votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) foi suspensa pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, nesta terça-feira (11). A reunião havia sido aberta às 11h em ponto pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN) na companhia de Gleisi Hoffmann (PT/SC), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que se recusaram a deixar a mesa para dar lugar a Eunício e receberam o apoio das senadoras Lídice da Mata (PSB-BA), Kátia Abreu (PMDB-TO) e também de deputados e deputadas.

Fátima Bezerra conduziu a sessão por cerca de uma hora, abrindo o microfone da tribuna para protestos. Senadores contrários ao projeto se revezavam na tribuna para criticar o projeto. "Estamos votando o velório da CLT, o enterro da Justiça do Trabalho", disse Fátima Bezerra. "Este é um dia de tristeza", completou.

Fátima também questionou o falado "acordo" entre a base governista e o presidente Michel Temer para vetar alguns itens do projeto. "Ora, como o líder do governo, que não saiu desta Casa e não foi para a Câmara tentar impedir a rebelião da sua base, que quer cassar o presidente da República, pode garantir que esse mesmo presidente pode fazer qualquer, quando tem o seu próprio mandato ameaçado?", afirmou.

Às 12h07, Eunício arrancou o microfone da lapela da senadora Fátima Bezzera e disse que a sessão estava interrompida até que ele assumisse a presidência. Como as senadoras continuaram ocupando a mesa, o senador mandou que as luzes fossem apagadas e os microfones desligados.

Depois o ocorrido, o presidente da casa se reuniu com líderes governistas e da oposição na tentativa de um acordo para que as atividades fossem retomadas. Transferiu a sessão para o auditório Petrônio Portella, onde os trabalhadores também foram impedidos de entrar.

Mais informações na Agência Senado, na Rede Brasil Atual e no site da CUT.

Veja galeria de fotos.

Fonte: Contraf-CUT

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