Editorial: Irresponsabilidade Socioambiental dos Bancos

26/11/2012 - 12:45

Editorial: Irresponsabilidade Socioambiental dos Bancos

Na recente divulgação da pesquisa Guia dos Bancos Responsáveis (GBR), no dia 31 de outubro, foi possível avaliar o desempenho as 6 principais instituições financeiras do Brasil (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, HSBC, Itaú Unibanco e Santander) em relação a responsabilidade socioambiental.

Infelizmente, o resultado não nos surpreendeu. A avaliação das políticas de responsabilidade social bancária referentes aos consumidores, aos trabalhadores e aos critérios socioambientais para financiamentos, em sua maior parte, obteve um resultado final bastante ruim, confirmando a necessidade de civilizar a atuação dessas instituições.

A transparência, equidade, prestação de contas e sustentabilidade, características inerentes da responsabilidade socioambiental, não prevaleceram em nenhum dos bancos, mostrando claramente o desleixo com que trabalhadores, clientes e sociedade são tratados pelo setor que mais lucra e controla o país.

A luta da categoria, há anos, tem como bandeira o combate aos truques dos banqueiros, que expulsam clientes de baixa renda das agências e os empurram para os correspondentes, disponibilizam pouco crédito na contramão das políticas de aquecimento econômico, cobram os maiores juros do mundo, usam da rotatividade para reduzir os empregos e os salários, não conferem segurança aos trabalhadores e clientes e, ainda, assediam moralmente visando o cumprimento de metas e lucros.

É inaceitável que os bancários continuem sujeitos às condições precárias de saúde, reflexo da carência de investimentos nas condições de trabalho. Os dados são alarmantes, principalmente quando se verifica que nenhuma instituição se esforça para realizar melhorias nas relações de trabalho.

Todas essas práticas abusivas foram detectadas na pesquisa e reforçam as reivindicações das Campanhas Nacionais dos Bancários. Dessa forma, devemos utilizar esses dados como ferramenta para confrontar o sistema financeiro, até que seja estabelecido um controle social sobre os bancos e suas políticas de crédito e relacionamento com a sociedade.

A resignificação do setor necessita do apoio e engajamento social. É preciso informar e construir uma consciência coletiva que  mova todos a fim de promover ações que possam garantir os direitos dos consumidores e trabalhadores. Também, implementar políticas de prevenção aos problemas de saúde, melhorias nos ambientes de trabalho e relacionamento dos bancos, o que será benéfico a toda a sociedade.

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