Editorial - Assédio Moral: É preciso fortalecer o enfretamento

01/08/2014 - 13:45

Editorial - Assédio Moral: É preciso fortalecer o enfretamento

Sobrecarga de trabalho, cobrança de metas abusivas, discriminação, descomissionamentos, perda de função, demissões imotivadas, entre outras práticas, tem tornado o ambiente de trabalho bancário nocivo à saúde.

O assédio moral tem se tornando comum e já é apontado como a principal causa de afastamentos por problemas de saúde nos bancos.

Segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT), 30% das denúncias realizadas sobre assédio são contra instituições financeiras e, de 2012 para 2013, o número de acusações aumentou 7,4%.

Em pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) esse cenário é ainda mais alarmante, visto que, em 2011, 29% dos trabalhadores do setor financeiro pediram o fim do assédio moral e, apenas dois anos depois, esse percentual elevou-se para 58%.

Além disso, as constantes ameaças de demissão e a rotatividade - que segundo pesquisa do Diesse, em 2012, chegou a 7,6% - tem criado um ambiente de trabalho instável e hostilizador.

As vítimas dessa pressão tem desenvolvido doenças físicas e psiquiátricas que, segundo Maria Maeno, médica da Fundacentro, do Ministério do Trabalho, vão desde um mal estar e depressão, até problemas gástricos, hipertensão e anorexia, cujos tratamentos podem levar anos.

Essa precarização do trabalho na categoria é decorrente da má gestão e dos modos de produção, que desprezam as contrapartidas sociais e valorizam apenas o lucro.

A ameaça frequente e invisível torna mais difícil o enfrentamento, principalmente, por ser carente de legislação, mesmo com cerca de onze projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional.

Apesar disso, atualmente, o poder judiciário tem mudado sua concepção acerca do tema e,  em diversas reclamações trabalhistas, tem decidido em favor dos trabalhadores vítimas de práticas abusivas e vexatórias, o que deve ser mais explorado através da denúncia, a fim de fortalecer o combate ao assédio moral.

Nesse contexto, o movimento sindical permanece na luta, buscando no Congresso Nacional a  aprovação de leis que coíbam a precarização do ambiente de trabalho. Também, mobilizará os trabalhadores, visando garantir a participação dos empregados na definição dos processos e organização do trabalho.

A Campanha Nacional dos Bancários 2014 está em campo e traz a oportunidade de obtermos novas conquistas para nossa Convenção Coletiva, que venham de encontro não somente a valorização financeira do trabalhador mas, também, a manutenção da integridade física, mental e emocional como direitos inalienáveis.

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